quarta-feira, 29 de agosto de 2012

♥ Donna também usa tranporte público



Uma donna bonita também usa transporte público para ir trabalhar, esteja ela de salto alto ou não!

Fiz essa crônica num dia de fúria, após ter passado poucas e boas dentro do trem. Quem ainda não leu essa minha crônica, boa leitura:

Bom...

Certo dia, saindo do trabalho eu olho para o céu, e, lógico, estava tudo preto! Na hora de colocar o pé na rua é sempre igual, logo começa o dilúvio. Ok. Vamos em frente. A chuva começou de leve, abri meu guarda-chuva continuei em direção a estação de trem. Meu celular vibrou com a chegada de nova mensagem que dizia “Amiga, escutei no rádio que deu pane nos trens, boa sorte!”. Xinguei, odiei o fato de morar em São Paulo e já me preparei para o nervoso que eu passaria dentro daquela lata de sardinha ambulante.

Chegando à plataforma, me deparo com aquela multidão de gente e logo avisto as luzes do trem se aproximando. Graças a Deus, não precisei ficar esperando. Quanto mais ele se aproxima, mais as pessoas vão te empurrando sendo que a porta ainda nem abriu, eu acho que qualquer dia alguém cai naquele trilho.

A porta abre e lá se vai a boiada alucinada pra dentro do transporte, pisoteando quem estiver pela frente. Pronto. O inferno vai começar. O trem começa a andar como se estivesse parando, se arrastando, agonizando ainda mais o sofrimento de quem está lá dentro. Chegamos na estação Pinheiros, que faz transferência gratuita com a Linha 4-Amarela do Metrô, entra mais uma multidão de pessoas que conhecem bem aquele ditado “onde cabe um, cabem dois” três, quatro, cinco... E logo eu já estava quase em cima da pessoa sentada na minha frente.

Entra um grupo de mulheres que ‘gritam falando’ e mais um garoto que não conhece um objeto chamado FONE DE OUVIDO. Lá vamos nós. Uma das mulheres começa a sentir ânsia de vômito, e o garoto sentado em sua frente faz caretas e até coloca um caderno na frente. A mulher estava simulando vômitos dentro de um saquinho para tentar lugar para sentar, mas nem morrendo alguém arreda a bunda daquele acento. Pessoas gritando, pessoas rindo, celulares tocando, têm até gente comendo num espaço impossível de se fazer isso. Aqueles sovacos fedidos e gente suada voltando do trabalho, o trem andando lentamente e nada da minha estação chegar.

Começo a escutar pessoas falando mal do governo, do valor da passagem “nem porcos são transportados assim”, disse o homem engravatado. Chegamos na estação Vila Olímpia, logo sobe aquele cheiro ruim do Rio Pinheiros e alguém grita “soltaram um pum, não acredito”. E, mais uma leva de pessoas pra dentro do trem, o espaço está cada vez mais apertado, tem gente levantando dos acentos e subindo neles pra dar mais espaço, uma cena surreal.




Fico imaginando as pessoas começando a entrar no trem que nem aquelas cenas de show de rock em que o cantor se joga em cima da multidão e vai sendo levado deitado. Estamos quase chegando na próxima estação e o povo começou a se organizar pra segurar as portas do trem fechadas, assim ninguém mais entra (mas também ninguém sai). Mas, isso não funcionou. Logo chegou um segurança da plataforma e abriu a porta à força. As pessoas de fora se jogando com tudo para dentro e as pessoas de dentro empurrando elas para fora, uma verdadeira guerra.

Chegou a estação Santo Amaro. Uffa! Saiu uma boa parte dos passageiros, mas ainda assim o trem continua apertado. Fui logo para perto da porta, pois minha estação era a próxima. Quando estava chegando a hora de abrir a porta o maquinista disse “este trem ficará fora de serviço, por favor, desçam todos”. Como se tudo que tivesse acontecido não bastasse, tinha mais essa agora. As pessoas já atordoadas com tudo que estava acontecendo nem acreditaram, xingavam, “vamos bater no maquinista” diziam. Minha nossa! Ainda bem que cheguei no meu destino, pelo menos. Fui para casa mal humorada, acredite se quiser. Ficamos aguardando a próxima jornada de trem em São Paulo.

"Tá se sentindo sozinho? faz baldeação na Sé"





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