Nossa convivência está ficando mais estreita, passamos mais
tempo juntos agora. Comecei a perceber que me incomoda um pouco quando ele não
faz a barba, a relação dele com a família também não é das melhores, outro dia
ele foi grosso comigo à toa, ele foge um pouco dos padrões que eu tanto
idealizei. Não sinto mais o mesmo brilho na relação de quando começamos, daquela
ansiedade de vê-lo toda hora, do clima de conquista, do novo. Ele é muito
especial, me entende, é parceiro em todas as horas, se dá bem com a minha
família, é trabalhador, procura sempre me ajudar com meus objetivos, gostamos das
mesmas coisas, mas nem tanto assim também. Vira e mexe agora brigamos por
bobagens. Outro dia me decepcionei com uma atitude machista, fiquei magoada pensando se queria isso para a minha vida. E agora, será que
o meu príncipe virou sapo?
Seria tão bom se aquele momento de paixão do início de namoro nunca acabasse, fiquei cega, não consegui enxergar os defeitos dele, só consigo refletir melhor agora. Me iludi, criei um molde de homem perfeito na minha cabeça e ele não consegue cumprir com todas as minhas expectativas, minha vida era uma comédia-romântica e agora está virando um drama. Cansei! Vou terminar tudo e ser feliz. Ser feliz sem ele? Não consigo. Será que me acomodei e não tenho nem coragem de seguir meu caminho e procurar uma pessoa ideal? E se eu nunca mais encontrar alguém tão especial como ele? Eu o amo, mas ele tem tantos defeitos. Minhas amigas solteiras estão se divertindo, ficam com vários na balada, bebem. Eu sinto saudade de quando eu as acompanhava, mas não tenho mais vontade disso. Tenho planos para meu futuro ao lado dele, gosto de fazer as coisas na companhia dele. Tenho tantas dúvidas agora, imagina depois que casarmos?
Ontem ele me trouxe flores, dormiu abraçado comigo e disse
que sou a mulher da vida dele, eu sinto o mesmo – o amo muito. Acho que minha
felicidade, na verdade, depende de mim. Ninguém é perfeito, ninguém consegue
atender todas as expectativas criadas na minha mente baseada em contos de
fadas. A vida é aqui, os problemas existem, as dificuldades, ele nunca me abandonou
nos piores momentos. Do mesmo jeito que a paixão cega e não nos deixa enxergar os
defeitos, o egoísmo também nos cega e não nos deixa enxergar as qualidades. Mas
se o amor existir entre nós, ele vai fazer o balanço, e vai depender de mim deixar ele aflorar aqui dentro, para quando eu – a princesinha – beijar o moço, o amor me dizer se ele
é sapo ou príncipe de verdade.
Não existe uma regra, isso vai depender mais de mim do que
dele. Para o moço ser príncipe, primeiro preciso ter algo muito certo
dentro de mim. As coisas não darão
certo se agir sem paciência, com individualismo, idealizando pessoas perfeitas,
e nem adianta também insistir se a relação não está fluindo bem, por comodismo.
O amor pelo próximo e o amor por si próprio vai dizer que rumo terá minha relação.
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